domingo, fevereiro 07, 2010

Falar de amor

(Eros e Thanatos)




Falar de amor


Falar de amor
é traduzir o silêncio
que o ar sombrio
de um rosto traz.

É gritar o desespero
de um coração dilacerado,
então, mutilado por
aquelas antigas palavras
que pareciam belas e inocentes.

Amor é morte. Morte é amor.

Falar de amor
é transparecer um olhar ofuscado.
e tornar notável o nome belo
por quem o íntimo anceia.
É mostrar as marcas
de quem protegeu um sentimento.

Falar de amor
é entender o delito de um Prisioneiro
sendo seu guardião. É mais.
É oferecer braços para o acolher
e ombros para o acalmar.
é gritar com ele o desespero.

Falar de amor
É fazer valer com grande testemunho
cada pedacinho do coração destruido
de um Prisioneiro condenado a amar.
É mostrar aos que se dizem ousados
que morte é uma só.
Quem ama morre.

Falar de amor
é expressar a grande dor
vivida só por quem ama,
vivida só por quem morre,
através de palavras agradecidas
e que sentem o mesmo.

Falar de amor
é conciliar desespero e sentimentos
e armonizá-los numa só melodia,
como Sentimento de Desespero
Numa música de morte.

Falar de amor
é morrer com quem morre,
viver com quem vive,
sofrer com quem sofre.

Falar de amor
é verlar a morte de um Prisioneiro
condenado ao amor pelo desespero
e entender seu olhar vazio.
É mostrar que ousado é quem,
como ele, falece em dor.

Morte é amor. O amor é a morte.

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