segunda-feira, novembro 01, 2010

Amizade

"Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."


(Albert Einstein)

Loucos e Santos

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(Oscar Wilde)

quinta-feira, setembro 02, 2010

POEMEU: OS QUE JÁ CAÍRAM, AH!

No Paraíso, na rua, na História,
Na escada.
Caiu Humpty Dumpty
Na aventura de Alice.
Caiu a própria Alice.
Caiu a mãe de Hamlet,
Caem as folhas no outono,
Mais tristes quando cai a tarde.
E depois do primeiro homem
E da primeira mulher
Todos os grandes caem
Em seu dia e hora.
Caiu Saul, e Jonas, e Golias,

E também os muros que cercavam
Os poderosos donos de Jericó.
Caiu Tróia e caíram os romanos.
Lúcifer levou nove demorados dias
Em sua assustadora queda,
A mais profunda queda registrada.
Há grandeza
Nos homens que caem.
Não se respeitam, porém, as decaídas.
Mas ambos ocupam o mesmo lugar
Na composição eterna da caída
Humana. A gravidade é a negação da vida
Desde a invenção dos tempos.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Algumas pessoas...

Há pessoas que querem ser bonitas para chamar a atenção, outras desejam a inteligência para serem admiradas. Mas "há algumas que procuram cultivar a ALMA e os SENTIMENTOS. Essas alcançam o carinho de todos, porque além de belas e inteligentes tornam-se REALMENTE PESSOAS. … "

sexta-feira, julho 02, 2010

Por enquanto

POR ENQUANTO

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre
Sempre acaba...
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem...
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...

(Cassia Eller)

quarta-feira, junho 30, 2010

Algumas pessoas ao lerem algo dizem que nao gostaram..
...outras dizem que aon entenderam...
...outras até dizem que nao tinha nada a ver....
Poesia é a arte da mente nao dos ouvidos.
Felizes aqueles que são ricos de cultura..

sexta-feira, junho 25, 2010

sábado, junho 19, 2010

O meu mundo...



O meu mundo é cheio de encαntos e desejos... 
cheio de pessoαs especiαis... 
de pessoαs eternαmente guαrdαdαs nele... 
de pessoαs que jα sαírαm dele e não fαzem fαltα... 
Mαs tbm de pessoαs que forαm emborα e fαzem umα fαltα imensα 
e põe falta nisso... 
O meu mundo é constituído de sonhos... de muito … cαrinho... e, sobretudo, é feito de AMOR... 
Um αmor imenso
que só é compartilhado com os seres que vivem nele...
(The Crow)

quarta-feira, junho 09, 2010

Roy Lichtenstein







Roy Lichtenstein foi o mestre do estereotipo, e o mais sofisticado dos artistas pop, quer pela capacidade de análise visual, quer pela a ironia da exploração dos estilos passados. Impossível olhar para alguma BD e não ser assolado imediatamente pelo trabalho de Lichtenstein




Fernando Pessoa ....

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro pra ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha quer não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca.

Fernando Pessoa - 16/3/1935

****
Ah, quanta vez, na hora suave
Em que me esqueço,
Vejo passar um vôo de ave
E me entristeço!

Por que é ligeiro, leve, certo
No ar de amavio?
Por que vai sob o céu aberto
Sem um desvio?

Por que ter asas simboliza
A liberdade
Que a vida nega e a alma precisa?
Sei que me invade

Um horror de me ter que cobre
Como uma cheia
Meu coração, e entorna sobre
Minh'alma alheia

Um desejo, não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei quê do vôo suave
Dentro em meu ser.

****

O Universo não é uma Idéia Minha...

O universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso.

*****

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor
Se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu
Tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor,
Se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca
Escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas...

Álvaro de Campos ( heterônimo de Fernando Pessoa ) - 21/10/1935

*****

Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

*****








segunda-feira, maio 31, 2010

Um propósito maior

Sabe, algumas pessoas vieram ao mundo para cuidar de um pequeno círculo...tipo, seu familiares....outros vieram para cuidar de um circulo maior... seus familiares e seus amigos... mas existe aqueles que vieram com um propósito maior que tudo e todos... e cuidam de seus familiares, seu amigos e até mesmo de pessoas que não conhecem...

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Análise

Análise

(Luis Royo)


Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me e ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.

(12/1911 - Pessoa)


quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Donzela de Preto

(Pintura a óleo sobre madeira - Audrey Kawasaki)

Quem é você que resurge das sombras
Com essa roupa preta você pensa que me engana
Com rosto de porcelana escondendo algum drama
Se escondendo na escuridão, eu vou te achar
E te aprisionar dentro do meu coração

Donzela de Preto sempre chamando a atenção
Com esse jeito doido você não me engana não
Eu queria te conquistar, mas passei despercebido
Você me ignora como um verme iludido

Você me encantou com seu jeito engraçado
E fica se divertindo enquanto eu fico amargurado
Você me encantou e me deixou na lama
Não sei o que eu faço, se desisto ou se me mato

Quem é você?...

Eu vou te ganhar mesmo que seja na lábia
Donzela de preto diz que me ama
Estou cansado de sofrer deitado aqui na cama
Donzela de Preto diz que ama
Estou cansado de sofrer feito um verme
Ardendo em chamas

(The Crow)

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Meu Niver




"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."

(14/02/1933 - Pessoa)
"O único mistério do Universo é o mais e não o menos.
Percebemos demais as cousas - eis o erro, a dúvida.
O que existe transcende para mim o que julgo que existe.
A realidade é apenas real e não pensada."

(1/10/1917 - Pessoa)

***

"Ninguém a outro ama, senão que ama
O que de si há nele, ou suposto.
Nada te pese que não te amem. Sentem-se
Que és, e és estrangeiro.
Cura de ser quem és, amam-te ou nunca
Firme contigo, sofrerás avaro
de pernas."

(10/08/1932 - Pessoa)

domingo, fevereiro 07, 2010

Falar de amor

(Eros e Thanatos)




Falar de amor


Falar de amor
é traduzir o silêncio
que o ar sombrio
de um rosto traz.

É gritar o desespero
de um coração dilacerado,
então, mutilado por
aquelas antigas palavras
que pareciam belas e inocentes.

Amor é morte. Morte é amor.

Falar de amor
é transparecer um olhar ofuscado.
e tornar notável o nome belo
por quem o íntimo anceia.
É mostrar as marcas
de quem protegeu um sentimento.

Falar de amor
é entender o delito de um Prisioneiro
sendo seu guardião. É mais.
É oferecer braços para o acolher
e ombros para o acalmar.
é gritar com ele o desespero.

Falar de amor
É fazer valer com grande testemunho
cada pedacinho do coração destruido
de um Prisioneiro condenado a amar.
É mostrar aos que se dizem ousados
que morte é uma só.
Quem ama morre.

Falar de amor
é expressar a grande dor
vivida só por quem ama,
vivida só por quem morre,
através de palavras agradecidas
e que sentem o mesmo.

Falar de amor
é conciliar desespero e sentimentos
e armonizá-los numa só melodia,
como Sentimento de Desespero
Numa música de morte.

Falar de amor
é morrer com quem morre,
viver com quem vive,
sofrer com quem sofre.

Falar de amor
é verlar a morte de um Prisioneiro
condenado ao amor pelo desespero
e entender seu olhar vazio.
É mostrar que ousado é quem,
como ele, falece em dor.

Morte é amor. O amor é a morte.

Tédio


Tédio

Sobre minh'alma, como sobre um trono,
Senhor brutal, pesa o aborrecimento.
Como tardas em vir, último outono,
Lançar-me as folhas últimas ao vento!

Oh! dormir no silêncio e no abandono,
Só, sem um sonho, sem um pensamento,
E, no letargo do aniquilamento,
Ter, ó pedra, a quietude do teu sono!

Oh! deixar de sonhar o que não vejo!
Ter o sangue gelado, e a carne fria!
E, de uma luz crepuscular velada,

Deixar a alma dormir sem um desejo,
Ampla, fúnebre, lúgubre, vazia
Como uma catedral abandonada!...

(Bilac)

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

no mar


neste momento
quero pensar
num imenso mar
de sensações
que me provoquem visões
pelo muito te amar.

mar em fúria
se abrindo em tempestades
e furores de verdade
a agitar o meu ar.

ofegante, as ondas se cortam
e um céu de negritude extensa
as tocam em pedidos eternos
de amor, de amar.

a beijar esse céu as ondas se enlaçam
num mar de explosões
sufocando-me
sugando-me o ar.

essas águas me enchem
completam-me e entornam
banham-me e afogam-me
levam-me ao fundo do mar.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Vamos Fazer um Filme


Vamos Fazer um Filme
Legião Urbana
Composição: Renato Russo

Achei um 3x4 teu e não quis acreditar
Que tinha sido há tanto tempo atrás
Um bom exemplo de bondade e respeito
Do que o verdadeiro amor é capaz
A minha escola não tem personagem
A minha escola tem gente de verdade
Alguém falou do fim-do-mundo,
O fim-do-mundo já passou
Vamos começar de novo:
Um por todos, todos por um

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?

Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão:
Quero viver a minha vida em paz
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de uma depressão
Te ver e ter beleza e fantasia.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, vamos Fazer um filme
Eu te amo
Eu te amo
Eu te amo

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Os ombros suportam o mundo


Os Ombros Suportam o Mundo

Carlos Drummond de Andrade


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


Os versos acima foram publicados originalmente no livro "
Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940. Foram extraídos do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985, pág. 78.

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