Um lindo trabalho. Assim pode ser definido O Alienista (formato 21 x 28 cm, 72 páginas coloridas, R$ 39,90), que chegou às livrarias em 2007 inaugurando a coleção Grandes Clássicos em Graphic Novel, da Agir, tradicional editora do Rio de Janeiro que foi adquirida pela Ediouro em 2002 e estreou - com estilo - no mercado de quadrinhos. A missão de transformar em quadrinhos um dos contos mais famosos de Machado de Assis coube aos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá. E o resultado ficou excelente. "Nossa intenção era preservar ao máximo o texto original, o jeito que Machado de Assis escrevia. Mas, ao mesmo tempo, queríamos que fosse uma história em quadrinhos, não uma história ilustrada", declarou Moon ao Universo HQ. E os gêmeos alcançaram esse objetivo. Procurados pela Agir/Ediouro para inaugurar essa nova linha de quadrinhos, entre algumas opções de escritores, escolheram adaptar algo de Machado de Assis, apesar de, na época, ainda não terem lido O Alienista. Na história, publicada pela primeira vez em 1881, no periódico A Estação e, no ano seguinte, no livro Papéis Avulsos, Machado de Assis usa a loucura como forma de satirizar a sociedade, a política e os valores científicos do fim do século 19. O protagonista é o nobre Simão Bacamarte, o maior médico do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Na Vila de Itaguaí, no Rio de Janeiro, Bacamarte se instala para aprofundar seus estudos sobre a mente humana e lá constrói um lugar para abrigar os loucos. O problema começa quando começa a internar pessoas aparentemente sãs. Frente à incredulidade dos moradores, o alienista encontra no barbeiro Porfírio seu principal antagonista.
"Foram quatro meses de trabalho. O primeiro dedicado apenas ao roteiro, definir o que entraria, o que sairia e o que deveria ser transformado na HQ - muita narração virou diálogo, pra dar mais ritmo à história e o Porfírio, por exemplo, ganhou mais força do que tinha no conto original. Depois dessa etapa, passei o restante do tempo só desenhando e colorindo", explica Fábio Moon. Nesta obra especificamente, Gabriel Bá ajudou apenas na adaptação do roteiro (por estar desenhando Casanova para o mercado norte-americano), enquanto o irmão, além de dividir essa mesma função, desenhou e coloriu as páginas. E na arte, em alguns momentos, é fácil notar a influência de Will Eisner no trabalho de Moon. Esta versão em quadrinhos de O Alienista tem tudo para ser adotada por escolas e bibliotecas do Brasil inteiro (algo que, certamente, a Agir/Ediouro tentará), pois mantém grande parte da obra original e, ao mesmo tempo, oferece aos novos leitores um estímulo visual maior, um jeito diferente de encarar os escritos de Machado de Assis."Acho que é uma oportunidade legal para alguns fãs de HQs conhecerem essa obra tão importante; e de leitores de Machado de Assis lerem uma história em quadrinhos", ressalta Moon. Essa tese, aliás, é endossada pelo escritor Flávio Moreira Costa, que assina o prefácio da edição.
Como no conto não há descrição física dos personagens (exceto de D. Evarista, esposa de Simão Bacamarte), Moon os concebeu da forma como os imaginava. Sua Itaguaí também tem um ar bem clássico e tradicionalista, que fica ressaltado nas cores, uma mescla de preto com marrom e amarelo, imitando o sépia. E a Agir/Ediouro dá mostras de acreditar bastante no sucesso dessa coleção. "Foi o meu trabalho de quadrinhos mais bem remunerado. Pela primeira vez, recebi um adiantamento dos royalties de uma obra inédita", contou Moon. Em contato com a editora, o UHQ apurou que outros autores terão obras adaptadas na coleção Grandes Clássicos em Graphic Novel são eles: Euclides da Cunha, Lima Barreto, João do Rio, entre outros.
"Foram quatro meses de trabalho. O primeiro dedicado apenas ao roteiro, definir o que entraria, o que sairia e o que deveria ser transformado na HQ - muita narração virou diálogo, pra dar mais ritmo à história e o Porfírio, por exemplo, ganhou mais força do que tinha no conto original. Depois dessa etapa, passei o restante do tempo só desenhando e colorindo", explica Fábio Moon. Nesta obra especificamente, Gabriel Bá ajudou apenas na adaptação do roteiro (por estar desenhando Casanova para o mercado norte-americano), enquanto o irmão, além de dividir essa mesma função, desenhou e coloriu as páginas. E na arte, em alguns momentos, é fácil notar a influência de Will Eisner no trabalho de Moon. Esta versão em quadrinhos de O Alienista tem tudo para ser adotada por escolas e bibliotecas do Brasil inteiro (algo que, certamente, a Agir/Ediouro tentará), pois mantém grande parte da obra original e, ao mesmo tempo, oferece aos novos leitores um estímulo visual maior, um jeito diferente de encarar os escritos de Machado de Assis."Acho que é uma oportunidade legal para alguns fãs de HQs conhecerem essa obra tão importante; e de leitores de Machado de Assis lerem uma história em quadrinhos", ressalta Moon. Essa tese, aliás, é endossada pelo escritor Flávio Moreira Costa, que assina o prefácio da edição.
Como no conto não há descrição física dos personagens (exceto de D. Evarista, esposa de Simão Bacamarte), Moon os concebeu da forma como os imaginava. Sua Itaguaí também tem um ar bem clássico e tradicionalista, que fica ressaltado nas cores, uma mescla de preto com marrom e amarelo, imitando o sépia. E a Agir/Ediouro dá mostras de acreditar bastante no sucesso dessa coleção. "Foi o meu trabalho de quadrinhos mais bem remunerado. Pela primeira vez, recebi um adiantamento dos royalties de uma obra inédita", contou Moon. Em contato com a editora, o UHQ apurou que outros autores terão obras adaptadas na coleção Grandes Clássicos em Graphic Novel são eles: Euclides da Cunha, Lima Barreto, João do Rio, entre outros.
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(GRAPHIC NOVEL - em português, romance gráfico; livro, normalmente contando uma longa história através de arte sequencial (banda desenhada ou quadrinhos), e é frequentemente usada para definir as distinções subjetivas entre um livro e outros tipos de histórias em quadrinhos.O termo é geralmente usado para referir-se ao quadrinho de longa duração, ou seja, é o análogo na arte sequencial a uma prosa ou romance. Pode ser aplicado a trabalhos que foram publicados anteriormente em quadrinhos periódicos, ou a trabalhos produzidos especificamente para publicação em formato livro.)
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