quinta-feira, novembro 06, 2014

De repente do riso fez-se o pranto

"Tem coisas que, logicamente, não explicamos. Amor é uma escolha segura de quem sabe bem onde quer chegar, mesmo que não se atenha ao como ou quando, já que cada um segue um ritmo. O que importa, realmente, é um longo encontro de olhares verdadeiros e a vontade de traçar um destino em comum. Dias como esse, e os de ontem e até os de amanhã provam que é bem melhor sermos dois do que um, porque assim não nos tornamos pessoas tristes e, de sorte, ninguém vai nos chamar de "forever alone"!  Que o sentimento seja sempre intenso como o primeiro e o último dia, amo vc!"


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

(Camões)



"Me apaixonei por um sorriso. Quando me dei conta, já não o via a muito tempo. Mas de repente, meus olhos viraram chamas que consumiram todo o corpo e o equilíbrio habitual. Desejei rever-te enquanto fosse possível." 

"Mas o próprio destino tripudiou em cima de todas as minhas escolhas. Não haveria mais sorte"

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto 

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama 

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente 

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

(Soneto de Separação - Vinícius de Moraes)

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