quarta-feira, julho 01, 2009
Museu de Quadrinhos - Japão
Depois da França lançar o maior museu de quadrinhos do mundo, é a vez do primeiro-ministro Taro Aso querer superar a Europa e declarar seu país o verdadeiro lugar dos quadrinhos. De acordo com a ABC News, ele quer investir US$ 150 milhões (R$ 290 milhões) em um museu nacional do mangá.
A proposta foi mal recebida no Parlamento japonês, visto que o país atualmente passa por sua pior crise econômica desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Aso rebate que o projeto do museu era da administração anterior, e que apenas quer concretizá-lo de acordo com planos já acertados - embora, claro, esteja com um sorriso de mangá na cara por poder executar o projeto.
O museu cuidaria da restauração e preservação dos primeiros mangás - a indústria moderna de quadrinhos japonesa tem mais de 60 anos -, bem como organizaria exposições. Os mangás atualmente são populares no mundo inteiro e merecem um lugar para preservação, argumentam o primeiro-ministro e seus apoiadores.
O orçamento, porém, ainda não está aprovado e, de acordo com a oposição, merece mais discussões no Parlamento. Se autorizado, superará em mais de dez vezes o valor gasto para montar o Musée de la Bande Dessinée francês, inaugurado mês passado.
Museu de História em Quadrinhos - França
O museu integra a Cidade Internacional de Histórias em Quadrinhos e da Imagem, criada em 1984. Um outro museu existia nessa área, mas foi fechado em 2000, quando foi decidida a construção do novo espaço no antigo armazém de vinho. No ano passado, o local deixou de ter o estatuto de uma associação privada para se tornar um museu público da França.
O museu retraça a história dos quadrinhos, desde sua criação, no século 19, pelo suíço Rodolphe Töpffer, até os autores contemporâneos. Reúne pranchas de desenhos e edições originais, inúmeros documentos, vídeos e variados objetos que tratam de HQs sob diferentes formas.
Pranchas de desenhos da obra Tintin no Tibete, de 1959, e de outros personagens famosos, como Asterix e Corto Maltese, além de criações mais antigas de autores como Cham e Winsor McCay, são algumas das raridades que podem ser vistas no local. Para garantir a boa conservação das obras, o conjunto de pranchas e desenhos originais serão trocados três vezes por ano, o que permite aos visitantes descobrir uma nova parte do acervo a cada quatro meses.
O percurso da visita se divide em quatro seções. Na primeira delas, sobre a história dos quadrinhos, a partir de 1883, é feito um paralelo entre a tradição franco-belga, de personagens como Tintin, Asterix, Bécassine, Zig e Puce e Corto Maltese, publicadas em revistas semanais e álbuns de capa dura, e os quadrinhos americanos, publicados em tiras de jornais e revistas de pequeno formato, conhecidos como "comic books".
Essa parte histórica da exposição revela ainda como os quadrinhos evoluíram para se tornar obras para adultos entre 1955 e 1980, ao relatarem as mudanças sociais da época, e apresentar também um espaço dedicado aos quadrinhos japoneses, conhecidos como mangá, que totalizam o maior número de títulos e leitores em todo o mundo.
Em cada uma das quatro seções do museu existem salas de leitura, onde uma seleção das revistas e dos álbuns em quadrinhos apresentados pode ser consultada pelo visitante.
O museu dispõe ainda de uma biblioteca, com mais de 115 mil revistas e 43 mil álbuns e livros, e também de uma livraria, com 40 mil títulos. "As histórias em quadrinhos são um estilo criativo que mistura artes gráficas e literárias", afirma Ambroise Lassalle, curador do museu de Angoulême. "Uma arte popular durante muito tempo considerada uma forma de subcultura." "Mas elas também representam um fenômeno cultural complexo, com dimensões econômicas, técnicas e sociológicas que continuaram mudando com as épocas", acrescenta.